terça-feira, 8 de outubro de 2019

O mundo está a perder um recurso crucial e ninguém fala nisso


O clima está aquecendo rapidamente, os oceanos estão se tornando perigosamente ácidos, uma sexta extinção está oficialmente em curso, o nível dos oceanos sobe e há a ameaça da guerra nuclear. Porém, há uma outra crise de que mal ouvimos falar.
Trata-se da escassez do fósforo, um mineral essencial a todos os seres vivos, sejam plantas ou animais. Os cientistas dizem que, se o continuarmos a ignorar poderá trazer uma catástrofe global num futuro próximo.


Photo Wikicommons


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O fósforo não é um elemento renovável, e não existem substitutos conhecidos, além de serem muito pouco os locais de onde é extraído. À medida que o mundo precisa de quantidades cada vez maiores, as quantidades existentes são cada vez menores.
Os fertilizantes feitos à base deste elemento químico quintuplicaram nos últimos 50 anos e, com o crescimento da população, a procura deverá duplicar até 2050.

Não há colaboração ou coordenação a uma escala global que assuma a responsabilidade de governar este recurso, nem mesmo entre os estados-membros da União Europeia ou dos Estados Unidos”, afirma o ecologista Kasper Reitzel, num relatório publicado, em Julho, na revista Environmental Science & Technology.
Mantendo-se os níveis atuais de consumo, alguns modelos indicam que vamos ficar sem reservas de fósforo dentro de 80 anos. Outras previsões mais otimistas falam em 400 anos, e outras dão-nos menos de 40 anos para encontrar uma solução para este grave problema.

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A solução poderá passar por reduzir o consumo, mas também será importante aprender a reciclá-lo, sendo os países em desenvolvimento os que mais sentirão a falta do fosforo. Os EUA, há 30 anos, eram o principal produtor mundial de fósforo, e a Índia e a China consomem mais de 45% à escala mundial.
Durante todo estes anos, as práticas de mineração e consumo não tiveram progressos. Continua-se a adicionar aos solos misturas químicas enriquecidas com fosfato, que depois levado pelas águas para o mar. Isto só polui os oceanos e os cursos de água, como também é insustentável.

Os investigadores dizem que fosfato pode ser reutilizado aproximadamente 46 vezes como combustível, fertilizante ou alimento, se for desenvolvido um sistema de reciclagem num ciclo fechado.
 Os cientistas que subscreveram este relatório estão a apelar às indústrias e autoridades mundiais que desenvolvam uma nova geração de profissionais em sustentabilidade de nutrientes, que possam trabalhar juntos para garantir a gestão internacional de fósforo e um ambiente mais limpo.

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Fonte//ScienceAlert