As plantas precisam de dióxido de carbono (CO2) para
sobreviver, e isso é muito bom para os seres humanos. A nossa atividade produz
quase 40 mil milhões de toneladas desse gás todos os anos, mas só metade dessa
quantidade realmente chega à atmosfera. O resto é processado pelas plantas,
armazenado no solo ou absorvido pelos oceanos.
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Aumento na força das ondas colocam em risco áreas costeiras
Mas isso pode mudar no futuro. Um novo estudo da Columbia
University sugere que essa taxa atual de absorção de CO2 pode mudar.
"Se a terra atingir uma taxa máxima de absorção de
carbono, o aquecimento global pode acelerar, com consequências importantes para
as pessoas e o meio ambiente",
disse o investigador Pierre Gentine.
No novo estudo, publicado na quarta-feira na revista Nature,
os investigadores da Universidade de Columbia mostram os seus esforços para
determinar como as mudanças no ciclo hidrológico da Terra, como secas ou cheias,
afetam a capacidade dos continentes em capturar o CO2.
Usando dados de vários modelos planetários, eles procuraram
identificar reduções na produtividade líquida do bioma (NBP), a quantidade de
carbono que uma região ganha ou perde durante um período específico de tempo, devido
a mudanças na humidade do solo.
"Vimos que o valor da NBP, neste caso um ganho líquido
de carbono na superfície da terra, seria quase duas vezes maior se não fosse
por essas mudanças (variabilidade e tendência) na humidade do solo", disse
a investigadora Julia Green.
Em outras palavras, a terra esta absorvendo cerca de metade
do CO2 do que deveria.
A pesquisa poderia indicar o começo de um ciclo muito
perigoso. As mudanças climáticas estão causando mais eventos climáticos
extremos, como secas e inundações. Esses eventos afetam o solo de uma maneira
que afeta a capacidade da terra em absorver o CO2. Se a terra absorver menos
CO2, a mudança climática irá piorar, causando mais eventos climáticos extremos.
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Antartida está a perder massa de gelo a ritmo alarmante
Se a humidade do solo continuar a reduzir a NBP na taxa
atual e a taxa de absorção de carbono pela terra começar a diminuir em meados
deste século, como indicam os modelos, poderemos
ver um grande aumento na concentração de CO2 atmosférico e um aumento
correspondente nos efeitos do aquecimento global e da mudança climática.