Um estudo, efetuado por uma equipe internacional de investigadores
liderados pelo professor assistente Adam Martin, usou dados da Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para analisar quais os tipos
de plantações industriais cultivadas em larga escala de 1961 a 2014.
Photo Futuros Agronomos |
As alterações climáticas estão impedindo as plantas de processar o CO2
Descobriram que, por região, a diversidade das culturas na
verdade aumentou, na América do Norte, por exemplo, são agora cultivadas 93 espécies
diferentes, em comparação com as 80 cultivadas na década de 1960. O problema, é
que, em escala global, o contrario esta a acontecer.
Em outras palavras, grandes fazendas industriais na Ásia,
Europa, América do Norte e do Sul cultivam o mesmo.
O que está acontecendo são grandes monoculturas de espécies
comercialmente lucrativas sendo cultivadas em maior número por todo o mundo. As
grandes fazendas industriais estão cultivando apenas uma espécie, que
geralmente é apenas um genótipo, em milhares de hectares de terra.
A Soja, o trigo, o arroz e o milho são ótimos exemplos.
Somente estas quatro culturas ocupam quase 50% dos terrenos agrícolas do mundo,
enquanto as restantes 152 ocupam o resto.
É amplamente assumido que a maior mudança na diversidade
agrícola global aconteceu durante a chamada troca de Columbia dos séculos XV e
XVI, onde espécies de plantas comercialmente importantes estavam sendo
transportadas para diferentes partes do mundo.
Mas os autores descobriram que na década de 1980 houve um
aumento maciço na diversidade de culturas globais, já que diferentes tipos de
culturas estavam sendo cultivadas em novos lugares em escala industrial pela
primeira vez. Na década de 1990, essa diversidade estabilizou-se, e o que
aconteceu desde então é que a diversidade entre as regiões começou a declinar.
A falta de diversidade genética nas culturas individuais é
bastante óbvia, diz Martin. Por exemplo, na América do Norte, seis genótipos
individuais compreendem cerca de 50% de todas as culturas de milho.
Esse declínio na diversidade global das culturas é um problema por vários motivos. Por um lado, afeta a soberania alimentar regional.
"Se a diversidade das culturas regionais está ameaçada, isso realmente
reduz a capacidade das pessoas de comer ou comprar comida que é culturalmente
significativa para elas", diz Martin.
Há também uma questão ecológica. Martin diz que, se há um
crescente domínio de algumas linhagens genéticas de culturas, o sistema
agrícola global torna-se cada vez mais suscetível a pragas ou doenças. Ele
aponta para um fungo mortal que continua a devastar as plantações de banana por
todo do mundo como um exemplo.
Photo A Embrapa |
Ele espera aplicar a mesma análise em escala global para
analisar os padrões nacionais de diversidade de culturas como um próximo passo
para a pesquisa. Martin acrescenta que há um ângulo político a ser considerado,
já que as decisões dos governos que favorecem o cultivo de certos tipos de
culturas podem contribuir para a falta de diversidade.
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O estudo, publicado na revista PLOS ONE , recebeu
financiamento do Conselho de Pesquisa em Ciências Naturais e Engenharia do
Canadá (NSERC).
Fonte //ScienceDaily