Uma equipe da Universidade do Alasca (EUA) ficou
impressionada com a velocidade com que uma sucessão de verões excecionalmente
quentes desestabilizou as camadas superiores de blocos de gelo subterrâneos
gigantescos que estavam congelados há milênios no Ártico.
Essa camada de “gelo permanente”, chamada de permafrost,
está descongelando em postos avançados canadenses 70 anos antes do previsto, no
mais recente sinal de que a crise climática global é ainda pior do que os
cientistas temiam.
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Fauna e flora do Artico em perigo
"O que vimos foi incrível. É uma indicação de que o clima
está agora mais quente do que em qualquer outro período nos últimos 5.000 anos
ou mais”, disse Vladimir Romanovsky, professor de geofísica da Universidade do
Alasca, ao portal Reuters.
As conclusões são baseadas em dados que Romanovsky e seus
colegas analisaram desde sua última expedição à área em 2016.
Romanovsky e seus colegas disseram que foram confrontados
com uma paisagem irreconhecível do terreno ártico que haviam encontrado nas
suas primeiras visitas, cerca de uma década antes.
A paisagem agora é um mar ondulante de depressões e lagoas de
pouca profundidade, conhecidas como termocarste. A vegetação, outrora escassa,
começou a florescer sob o vento constante.
“É muito provável que esse fenômeno esteja afetando uma região muito
mais extensa e é isso que vamos analisar a seguir”, disse Louise
Farquharson, pesquisadora de pós-doutorado e uma das autoras do estudo.
Os cientistas estão preocupados com a estabilidade do
permafrost, devido ao risco de que o rápido descongelamento possa liberar
grandes quantidades de gases aprisionadores de calor, desencadeando um ciclo de
retroalimentação que, por sua vez, aumentaria ainda mais rapidamente a
temperatura global.
Mesmo que os compromissos atuais para reduzir as emissões de
gases do efeito estufa sob o Acordo de Paris assinado em 2015 por diversos
países sejam implementados, o mundo ainda está longe de evitar o risco de que
esses ciclos de retroalimentação desencadeiem o aquecimento descontrolado.
Com cientistas alertando que temperaturas mais altas
devastariam o sul e ameaçariam a viabilidade da civilização industrial no
hemisfério norte, o novo estudo apenas reforça a necessidade urgente de
reduzirmos nossas emissões de carbono.
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O que irá acontecer á humanidade se a Antártida colapsar
“O descongelamento do permafrost é um dos pontos de inflexão da crise
climática e está acontecendo diante de nossos olhos”, argumentou Jennifer
Morgan, diretora executiva do Greenpeace International. “Esse descongelamento prematuro é outro sinal claro de que devemos acabar
com as emissões de carbono imediatamente”.
Se nada mudar, a civilização pode colapsar em poucas décadas
Fonte//TheGuardian