Em comunicado, os cientistas afirmam que a Via Láctea está
em rota de colisão com a sua galáxia “vizinha”, frisando que esta colisão pode
ocorrer muito antes do impacto que era já expetável entre a Via Láctea e a sua
outra “vizinha”, a Andrómeda, que os investigadores acreditam que a atingirá
dentro de 8 mil milhões de anos.
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A colisão da Via Láctea com a Grande Nuvem de Magalhães “poderia
despertar o buraco negro inativo da nossa galáxia, que começaria a devorar o
gás circundante e a aumentar o seu tamanho até dez vezes”, pode ler-se na mesma
nota.
Enquanto se alimenta, o buraco negro agora ativo lançaria
radiação de alta energia e, apesar destes “fogos-de-artificio cósmicos” não afetarejm
a vida na Terra, há uma hipótese desta colisão ejetar rapidamente o Sistema
Solar para o espaço, explicam os cientistas num artigo esta semana publicado na
revista especializada Monthly Notices de la Royal Astronomical Society.
Galáxias semelhantes à Via Láctea são rodeadas por um grupo
de galáxias satélites menores que as orbitam. Por norma, as galáxias satélite
têm uma vida cósmica tranquila, orbitando as suas galáxias hospedeiras durante
mil milhões de anos. Contudo, e de vez em quando, as galáxias satélite colidem
e acabam por ser devoradas pela sua galáxia mãe.
A Grande Nuvem de Magalhães é a mais brilhante galáxia
satélite da Via Láctea, localizando-se a 163.000 anos-luz da nossa galáxia. A
Grande Nuvem orbita a Via Láctea há cerca de 1500 milhões de anos.
Até há pouco tempo, os astrónomos acreditavam que a Grande
Nuvem de Magalhães orbitaria a Via Láctea durante muitos mil milhões de anos
ou, e tendo em conta que se move rapidamente, acabaria por escapar da força
gravitacional da nossa galáxia.
De acordo com estudos realizadas recentemente, a Grande
Nuvem de Magalhães tem quase o dobro da matéria escura que se pensava. Por isso,
acreditam os cientistas, a Grande Nuvem de Magalhães está a perder energia
rapidamente, estando assim condenada a colidir com a Vida Láctea.
Para prever esta colisão, a equipa de investigação recorreu
a simulações conduzidas através do supercomputador de formação de galáxias
EAGLE (Evolution and Assembly of GaLaxies and their Environments).
- “Dois mil milhões de anos é um tempo extremamente longo comparativamente como tempo de o ser humano, mas é um tempo muito curto nas escalas do tempo cósmico”, sublinhou o autor principal do estudo, Marius Cautun, da Universidade de Durham.
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A destruição da Grande Nuvem de Magalhães causará estragos
na nossa galáxia, despertando o buraco negro que está no seu centro e
convertendo a Via Láctea num núcleo galáctico ativo, um “quasar”.
Embora não deva
afetar o nosso Sistema Solar, há uma pequena possibilidade de que não possamos
sair ilesos desta colisão e sermos expulsos da Via Láctea, atirando-nos para o espaço
intergaláctico.
Por muito bonito que seja, o Universo está em constante mutação e, muitas vezes, esta evolução dá-se através de eventos violentos como a próxima colisão com a Grande Nuvem de Magalhães.