Há certas semelhanças entre as fatídicas viagens do vôo 610
da Lion Air e o vôo 302 da Ethiopian Airlines. Ambos eram aeronaves Boeing 737
Max 8 e ambos caíram apenas alguns minutos após a descolagem.
De acordo com o New York Times, existe uma outra semelhança
que une as duas tragédias. Nenhum dos dois aparelhos estava equipado com um
recurso de segurança crítico que poderia ter evitado o desastre porque o
fabricante, a Boeing, cobrava uma taxa extra que ambas as companhias optaram
por não pagar.
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Em ambos os acidentes foi apontado o dedo á Boeing, que viu
todos os aviões Max 8 e 9 proibidos de voar, proibição esta, levada a cabo
pelas autoridades de aviação em todo o mundo, logo após a tragédia da Ethiopian
Airlines, que matou 157 pessoas no início deste mês. As autoridades que
investigam o acidente observaram as semelhanças evidentes entre este e o
desastre da Lion Air em outubro.
No centro das investigações está um sensor localizado na
fuselagem do avião, que supostamente forneceu dados imprecisos ao cockpit do
Lion Air Flight 610, alertando que a cauda da aeronave estava muito alta. A
falha desencadeou o Maneuvering Characteristics Augmentation System (MCAS) do
avião, que inclina o nariz do avião para baixo, numa tentativa de para evitar a
perda de altitude. Os pilotos do voo Lion Air tentaram levantar o nariz do
avião mas não o conseguiram e acabaram despenhando-se no Mar de Java, apenas 15
minutos após a decolagem, matando 189 pessoas. O Inspetor-Geral do Departamento
de Transportes (DOT) está abrindo uma investigação sobre a aviação federal.
Ainda não se sabe o que causou a tragédia da Ethiopian Airlines,
mas os pilotos, aparentemente não estavam preparados para lidar com o súbito
aparecimento de um problema de controle de voo que ocorreu apenas dois minutos
após a decolagem.
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Essas dificuldades e a tragédia inevitável poderiam ter sido
evitadas por uma característica de segurança adicional que ambos os aviões não
tinham, segundo o Times. Um recurso opcional que ambas as companhias aéreas se
recusaram a comprar é o indicador de ângulo de ataque, que exibe as leituras de
dois sensores para medir a posição da cauda do avião em relação ao nariz.
Outro, chamado de luz discordante, acende quando há uma discrepância entre as
duas leituras. A luz em desacordo será um recurso padrão em todos os próximos
aviões Boeing 737 Max, segundo o Times .
A Boeing comprometeu-se a lançar uma atualização de
software em toda a sua frota do 737 Max, com o objetivo de corrigir os defeitos
do software. Essa atualização ficará concluida no final de março.
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Fonte//TheNewYorkTimes