No meio do deserto de Gobi, na China, há um simulador da
base de Marte, mas ao invés de abrigar astronautas treinando para viver no
Planeta Vermelho, a instalação está cheia de adolescentes numa viagem escolar.
Cercada por colinas áridas no noroeste da província de
Gansu, "Mars Base 1" foi inaugurado na quarta-feira com o objetivo de
dar a conhecer a adolescentes, e em breve a turistas, como é viver em Marte.
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Mars Express fotografa cratera cheia de gelo em Marte
A inauguração da instalação ocorre enquanto a China está
fazendo progressos em seus esforços para alcançar os Estados Unidos e se tornar
uma potência espacial, com ambições de brevemente enviar seres humanos à Lua.
A base de cor branca tem uma cúpula de prata e nove módulos,
incluindo alojamentos, uma sala de controlo, uma estufa e uma câmara de
segurança.
Com um custo de 50 milhões de yuans (US $ 7,47 milhões), a
base foi construída com a ajuda do Centro de Astronautas da China e do China
Intercontinental Communication Center, uma organização estatal de produção de
televisão.
Os adolescentes fazem caminhadas pelo deserto, onde exploram
cavernas na paisagem marciana. A cidade mais próxima é Jinchang, a cerca de 40
quilômetros de distância.
Na quarta-feira, mais de 100 estudantes de uma escola
secundária nas proximidades andaram nas áridas planícies de Gobi, vestidos com
trajes espaciais.
"Há tantas coisas aqui que eu não vi antes, estou muito
interessado nisso", disse Tang Ruitian, de 12 anos.
A empresa por trás do projeto, a C-Space, planeja abrir a
base, atualmente uma instalação educacional, para os turistas no próximo ano,
completa com um hotel e restaurante temático.
"Estamos tentando encontrar soluções. A base ainda está
na Terra, não está em Marte, mas escolhemos uma forma que coincida com a de
Marte", disse Bai Fan, fundador da C-Space, à AFP.
Enquanto novos astronautas exploram "Marte" na
Terra, a China planeja enviar uma sonda para o verdadeiro Planeta Vermelho no
próximo ano.
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Elon Musk, CEO da SpaceX, pretende ir a Marte e estima preço de viagem em US $200.000
Pequim está gastando milhares de milhões no seu programa
espacial militar, com a esperança de ter uma estação espacial tripulada até
2022.
No começo deste ano, ele fez o primeiro pouso suave do outro
lado da lua, posicionando um rover na superfície.
Mas o projeto C-Space enfrentou críticas de alguns setores
da comunidade científica.
Jiao Weixin, professor da Escola de Ciências da Terra e do
Espaço da Universidade de Pequim, disse que o prédio e o deserto á volta têm
pouco a ver com as condições verdadeiramente hostis em Marte.
Para realmente replicar as duras condições tóxicas de Marte
seria criar um ambiente verdadeiramente hostil, que é caro e
"completamente desnecessário", disse ele.
"Desde o começo, eu me opus a isso", disse Jiao à
AFP. "O turismo não faz muito sentido. Para que tudo isto?"
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Fonte//France Press