quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Cientistas recriaram uma super onda em laboratório



Na plataforma de petróleo Draupner, na costa da Noruega, era normal serem atingidos por ondas enormes. Mas às 15h no dia de Ano Novo em 1995 foi atingida por uma fenomenal.
Chegando a quase 26 metros era o tipo de onda que espera-se que acontece uma vez de 100 em 100 anos. Agora os cientistas finalmente têm evidências sólidas das forças envolvidas na formação da onda.

Photo Varelanoticias

Aumento na força das ondas colocam em risco áreas costeiras


Uma equipe de engenheiros das Universidades de Oxford e Edimburgo criou um cruzamento de ondas em uma piscina circular numa tentativa de criar uma tempestade perfeita.
"O tamanho da onda Draupner em 1995 foi o arranque para estudos sobre essas ondas e levou a muitos anos de pesquisa na física dessas ondas ", afirmou o engenheiro Mark McAllister, da Universidade de Oxford.
"Ao recriar a onda Draupner no laboratório, aproximamos-mos um pouco mais da compreensão dos mecanismos potenciais desse fenômeno."


Photo Journal of Fluid Mechanics, 2019

Ondas gigantes como a que atingiu Draupner são, literalmente, lendárias, havendo de fato ocorrências de navios que encontram estas montanhas  de água nascendo do nada.
As Boias mediram ondas de até 19 metros, enquanto os navios já foram apanhados por ondas com quase 30 metros de altura. Ao contrário das ondas provocadas por tempestades e correntes, essas ondas nascem do caos de padrões de ondas interferentes, atingindo sem aviso prévio.
A onda Draupner de 1995 foi um marco, a primeiro de seu tipo a ser registrado por instrumentos científicos, tornando-a objeto de investigação nas últimas duas décadas.

Existem duas teorias que descrevem a mecânica destas grandes ondas. Para desmistificar os investigadores construíram uma versão em miniatura destas ondas monstruosas em laboratório para testar que tipos de fenomeno dão origem a algo realmente impressionante.



A equipe conduziu as suas experiencias num tanque de teste circular de 25 metros de diâmetro no FloWave Ocean Energy Research Facility, no Reino Unido, criando ondulação de vários ângulos para encontrar quais formavam as ondas em estudo.
Descobriram que varias ondas cruzando-se a 120 graus poderiam criar uma onda gigante ocasional.

No vídeo abaixo pode-se ver o movimento das ondas.




"Esta observação de laboratório não apenas esclarece como a famosa onda Draupner pode ter ocorrido, mas também destaca a natureza e o significado da quebra da onda ao encontrar diversas condições de mar", disse o pesquisador sênior do estudo, Ton van den Bremer, da Universidade de Oxford.
A mini onda simula as ondas reais, fotografadas em mar aberto, deixando a equipa confiante de que estava no caminho certo.


Mas para os investigadores, também havia a explicar uma obra de arte famosa do Japão sobre estas ondas.
O artista japonês Katsushika Hokusai,  representou  a grande onda de Kanagawa  que está entre as representações mais famosas do mundo de uma onda gigante, representada em tudo, desde t shirts a canecas a tapeçarias.

É impossível dizer se Hokusai realmente viu as tais ondas ou apenas ouviu descrições.
Tem sido sugerido que o artista estava ilustrando um momento da história japonesa, na altura em que o Japão estava prestes a ser inundado pela cultura ocidental. O rebentamento de uma onda gigante no oceano aberto seria a metáfora perfeita para um Japão em mudança.
A plataforma de petróleo Draupner foi projetada e construída para resistir a ondas maiores que ade 1995, e sofreu apenas pequenos danos.


Atingido o ponto mais profundo do Oceano Atlântico



Mas muitas outras estruturas e embarcações não tiveram tanta sorte, havendo muitas que naufragaram.
Estudos como este servem para destacar as condições que tornam as ondas gigantes mais prováveis ​​e, tornar as viagens oceânicas muito mais seguras.



Fonte//ScienceAlert