Até o final do século, ou mesmo antes, os oceanos serão mais
azuis ou mais verdes, tudo provocado pelo aquecimento global, disseram
cientistas na segunda-feira.
E, embora a mudança de cor seja quase impercetível, isso
pode indicar as profundas mudanças que estão a acontecer na variedade da vida
marinha.
Photo (NASA
Earth Observatory)
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Preocupante. Os oceanos estão a aquecer 40% mais rápido que era previsto
As cores azuis e verdes serão mais visíveis na superfície,
indica o estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla
original), devendo os satélites detetar essas mudanças de tonalidade, alertando
para transformações em larga escala nos ecossistemas marinhos.
Os investigadores fizeram projeções do modelo até ao fim do
século e descobriram que em 2100 mais de metade dos oceanos mudará de cor
devido às alterações climáticas.
Num mundo que aquece 3 graus Celsius (5,4 graus Fahrenheit),
descobriu-se que várias mudanças na cor dos oceanos ocorreriam.
O modelo indica que áreas atualmente azuis com pouco
fitoplâncton, como os subtrópicos, podem ficar ainda mais azuis. Mas noutras,
como as do Ártico, um aquecimento tornará as condições mais favoráveis para o
fitoplâncton, e essas áreas ficarão mais verdes.
Stephanie Dutkiewicz, do Departamento de Ciências
Terrestres, Atmosféricas e Planetárias, principal autora do estudo, afirma que
o modelo sugere que as mudanças não serão visíveis facilmente a olho nu, mas
irão afetar a cadeia alimentar que o fitoplâncton sustenta.
Quaisquer que sejam as mudanças da cor oceânica nas próximas
décadas provavelmente serão muito graduais e sutis para a maioria das pessoas
perceberem, mas no mundo científico, eles poderiam significar mudanças
significativas.
A cor do oceano varia da maneira em como a luz do sol
interage com o que está na água. As moléculas da água absorvem quase toda a luz
do sol exceto a parte azul do espetro, que é refletida de volta. Por isso, os
grandes “desertos” oceânicos, são vistos do espaço com azul intenso. Quando
existem organismos na água eles podem absorver e refletir diferentes
comprimentos de luz.
O fitoplâncton contém a clorofila, um pigmento que absorve
especialmente a parte azul da luz do sol para produzir carbono para a
fotossíntese. Como absorve menos luz verde essa luz é refletida, dando às
regiões ricas em algas um tom esverdeado.