domingo, 24 de fevereiro de 2019

O que pode provocar o fim da humanidade?



A extinção da raça humana pode ser um dos nossos pesadelos, e há muitas maneiras pelas quais isso pode acontecer.
A cultura popular tende a se concentrar apenas nas hipóteses mais espetaculares. Basta recordar o asteroide no filme Armageddon ou da invasão alienígena em Independence Day.
Embora seja possível que a humanidade tenha um fim dramático, focar em tais cenários pode significar ignorar ameaças mais sérias que enfrentamos no mundo de hoje.


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Ameaças vulcânicas

Em 1815, uma erupção do Monte Tambora, na Indonésia, matou mais de 70 mil pessoas, enquanto lançava cinzas vulcânicas na estratosfera. Isso reduziu a quantidade de luz solar que chegava à superfície da Terra, desencadeando o que ficou conhecido como o "ano sem verão".
O Lago Toba, no outro extremo de Sumatra, conta uma história ainda mais sinistra. Ele foi formado pela erupção de grandes proporções de um super vulcão há 75 mil anos, cujo impacto foi sentido em todo o mundo.
Chegou-se a pensar que o acontecimento tivesse provocado um dramático declínio da população de seres humanos primitivos, mas nunca ficou provado que acontecesse.
Mas embora a perspetiva de erupção de um super vulcão seja aterrorizante, não devemos nos preocupar muito. Os super vulcões e outros desastres naturais, como um asteroide atingindo a Terra ou uma estrela explodindo na nossa vizinhança cósmica, tem a mesma probabilidade de acontecer ​​em 2019 do que em qualquer outro ano,  e as probabilidades são muito baixas.






Ameaças crescentes

O mesmo não pode ser dito a respeito de muitas ameaças globais induzidas pela atividade humana.
Por exemplo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Fórum Econômico Mundial listaram as mudanças climáticas e seus efeitos como um dos principais riscos para o planeta em 2019.
Em conferências conduzidas recentemente pela ONU, os investigadores chegaram a dizer que a mudança climática  era "uma questão de vida ou morte" para muitas regiões. Enquanto muitos especialistas, incluindo David Attenborough, acreditam que isso poderia levar ao colapso das civilizações e à extinção de "grande parte do mundo natural".
As ameaças são complexas e diversificadas que vão de ondas mortíferas de calor e aumento do nível do mar até fome generalizada e migrações em grande escala.

Também estão aumentando os riscos potenciais provenientes de novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA).
Os cenários vão desde armas cibernéticas cada vez mais sofisticadas que poderiam reter dados de uma nação inteira exigindo pagamento de resgate até algoritmos autônomos que poderiam, inconscientemente, causar uma quebra no mercado de ações.
Outra ameaça é a possibilidade de uma guerra nuclear.
Embora muitos se concentrem nas tensões crescentes entre potências globais, as novas tecnologias também podem colocar em risco nossa segurança.
Isso se deve tanto às linhas cada vez mais tênues entre armas nucleares e convencionais quanto ao risco de que a IA possa ajudar a desencadear uma guerra nuclear.


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Campanhas de vacinação e outras medidas de prevenção ajudam a reduzir risco de doenças, como a gripe
Outro risco que pode estar aumentando é o das pandemias globais. Acredita-se que o vírus influenza (causador da gripe), por exemplo, mate uma média de 700 mil pessoas e custe à economia global US$ 500 biliões por ano.
O aumento da densidade demográfica e da mobilidade populacional faz com que novas cepas de influenza se espalhem facilmente. E isso levanta preocupações em relação a um futuro surto como o da Gripe Espanhola de 1918, que matou 50 milhões de pessoas.
No entanto, campanhas de vacinação e outras medidas de prevenção de doenças ajudam a reduzir esse risco.

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Como calcular o risco real

- Analise registros históricos e geológicos. Podemos acompanhar algumas ocorrências, como super vulcões e impactos de asteroides.
- Encontre um precedente natural. Quando os cientistas avaliaram o risco que o reator da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern) poderia representar, eles observaram situações semelhantes que ocorrem nas estrelas.
- Construa um modelo. Os cientistas usam modelos atmosféricos sofisticados para explorar o futuro do nosso clima.
- Para ameaças que não podem ser modeladas, os cientistas geram insights a partir de jogos de estratégia e outros exercícios.
- O governo do Reino Unido também mantém um registro de riscos nacionais, incluindo enchentes, meteorologia espacial e doenças.






Um futuro perturbador

Embora essas ameaças sejam reais, o maior perigo que enfrentamos em 2019, quando analisamos sob uma perspetiva global, provavelmente está em outro lugar.
Com quase oito biliões de pessoas vivendo na Terra, somos cada vez mais dependentes de sistemas globais para nos sustentar. Eles incluem desde o meio ambiente, que nos fornece alimentos, água, ar limpo e energia, até a economia global, que transforma tudo isso em bens e serviços.
Todavia, a redução nos níveis de biodiversidade e as sobrecarregadas redes de infraestruturas e redes de mantimentos mostram que muitos desses sistemas já estão stressados no ponto de rotura. E a acelerada mudança climática só está piorando as coisas.


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Diante disso, pode ser que os riscos globais não devam ser determinados pelo tamanho do desastre que os causou, mas pelo potencial de afetar esses sistemas vitais.
Exemplos recentes sugerem o potencial dos efeitos em cascata.
A erupção de 2010 do vulcão Eyjafjallajökull, na Islândia, não matou ninguém, mas fechou o tráfego aéreo na Europa durante seis dias, em 2017, o ataque cibernético mundial WannaCry, relativamente pouco sofisticado, bloqueou a operação de parte do sistema de saúde público britânico (NHS, na sigla em inglês) e de outras instituições em todo o mundo.
Como quase tudo de que dependemos também deriva de um sistema elétrico, computacional e de internet operacional, qualquer coisa que possa danificá-lo, de uma erupção solar a uma explosão nuclear na atmosfera, pode causar estragos generalizados.

 


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Prevenção de desastres

Pode haver, no entanto, novas maneiras de reduzir esse risco.
Há uma história antiga que conta como o rei Canuto, da Dinamarca, ordenou o mar recuar. Ele sabia que era incapaz de conter a maré e uma sensação semelhante de impotência pode facilmente tomar conta de nós quando consideramos possíveis catástrofes no futuro.
Mas a verdade é que os dinamarqueses têm contido seu litoral ao longo de gerações, construindo diques e drenando pântanos para se protegerem das águas do mar.
Às vezes é melhor nos protegermos pensando em maneiras de tornar a humanidade mais resiliente aos desastres possíveis.
E esse poderia ser o melhor caminho de garantir que 2019, e os anos seguintes, sejam seguros para a humanidade.


Fonte//BBC






A razão da Terra possuir uma atmosfera


A atmosfera da Terra é enorme, chegando até a afetar a rota da Estação Espacial Internacional. Mas como esse envelope gasoso gigante se formou?
Nos temos atmosfera por causa da gravidade. Quando a Terra se formou, há cerca de 4,5 biliões de anos, o planeta de rocha fundida nao tinha uma atmosfera. Mas como o planeta arrefeceu, formou-se uma atmosfera, em grande parte a partir de gases expelidos de vulcões, de acordo com o Smithsonian Environmental Research Center  (SERC). Esta atmosfera antiga era muito diferente da de hoje. Tinha sulfeto de hidrogênio, metano e 10 a 200 vezes mais dióxido de carbono do que a atmosfera moderna, segundo a SERC.


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Os objetivos climáticos do Acordo de Paris



"Acreditamos que a Terra começou com uma atmosfera parecida como a de Vênus, com nitrogênio, dióxido de carbono, talvez metano", disse Jeremy Frey, professor de físico-química da Universidade de Southampton, no Reino Unido. "A vida começou de alguma forma, quase certamente no fundo de um oceano."
 Após cerca de 3 biliões de anos, o sistema fotossintético evoluiu, o que significa que os organismos unicelulares usaram a energia do sol para transformar moléculas de dióxido de carbono e água em açúcar e gás oxigênio. Isso aumentou os níveis de oxigênio, disse Frey à Live Science. " Podemos mesmo dizer que esse é o maior evento da evolução, porque lentamente transformou o planeta", disse ele.

Atualmente, a atmosfera da Terra consiste em aproximadamente 80% de nitrogênio e 20% de oxigênio, disse Frey. Existe também é lar de árgon, dióxido de carbono, vapor de água e muitos outros gases, de acordo com o Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR).
 A nossa atmosfera protege a Terra dos raios do sol e reduz os extremos de temperatura, agindo como um edredom á volta do planeta. Enquanto isso, o efeito estufa significa que a energia do sol que chega à Terra fica na atmosfera, absorvida e liberada pelos gases do efeito estufa, de acordo com o NCAR . Existem vários tipos diferentes de gases de efeito estufa, os principais são dióxido de carbono, vapor de água, metano e óxido nitroso. Sem o efeito estufa, a temperatura da Terra estaria abaixo do ponto de congelaçao.



No entanto, hoje, os gases de efeito estufa estão fora de controlo. À medida que se liberta mais dióxido de carbono na atmosfera, o efeito estufa da Terra fica mais forte, de acordo com o NCAR. Por sua vez, o clima do planeta fica mais quente.
Curiosamente, nenhum outro planeta no universo tem uma atmosfera como a da Terra . Marte e Vênus têm atmosferas, mas não podem suportar a vida (ou, pelo menos, vida semelhante à da Terra), porque não têm oxigênio suficiente. De fato, a atmosfera de Vênus é principalmente o dióxido de carbono com nuvens de ácido sulfúrico, o "ar" é tão espesso e quente que nenhum humano poderia respirar ali. Segundo a NASA, a atmosfera espessa de dióxido de carbono de Vênus aprisiona o calor num efeito estufa descontrolado, tornando-o o planeta mais quente do nosso sistema solar. As temperaturas da superfície são tão quentes que podem derreter o chumbo.



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Alterações climáticas podem tornar os verões mais tempestuosos




"O fato de a Terra ter uma atmosfera é caso unico em relação aos planetas do sistema solar, pois é muito diferente de qualquer outro planeta", disse Frey. Por exemplo, a pressão de Vênus é de cerca de 90 atmosferas, o equivalente a mergulhar a 914 metros de profundidade na Terra. "As sondas espaciais russas que foram para Vénus foram literalmente esmagadas pela pressão segundos depois de entrarem da atmosfera ", disse Frey
Então, a atmosfera da Terra é vida, e sem ela, a vida como a conhecemos não existiria. "A Terra precisava da atmosfera certa para a vida para começar", disse Frey. " A atmosfera é uma parte totalmente integral do sistema biológico".


Fonte//LiveScience