Um exoplaneta três vezes maior que a Terra e com a sua
própria atmosfera foi descoberto no Neptunian Desert, zona que fica perto das
estrelas e onde se julgava que planetas com estas características não existiam.
Segundo a CNN, a investigação foi liderada pela Universidade inglesa de Warwick
e envolveu uma equipa internacional de astrónomos.
Photo Universidade de Warwick / Mark Garlick |
Astrónomos detetam exoplaneta com potenciais condições de suporte à vida
A massa do NGTS-4b, como é tecnicamente conhecido, equivale
à de 20 planetas Terra. Ao mesmo tempo, este exoplaneta, assim denominado por
se localizar fora do Sistema Solar, é 20% mais pequeno que Neptuno e tem uma
temperatura de 1000 graus Celsius. O “pequeno” planeta orbita em torno da sua
estrela a cada 1,3 dias, o equivalente ao percurso que a Terra faz à volta do
sol em 365 dias. É assim o primeiro planeta de sempre a ser encontrado no
Neptunian Desert com estas características.
“Este planeta fica mesmo na zona onde
pensávamos que nenhum planeta com o tamanho de Neptuno podia sobreviver”,
afirmou Richard West, autor da Universidade de Warwick envolvido na
investigação.
O Neptunian Desert recebe constantemente uma forte irradiação
das estrelas. Isto significa que os planetas nesta zona não conseguem reter as
suas atmosferas gasosas, estas evaporam ficando apenas uma formação rochosa.
Ainda assim, o NGTS-4b consegue reter a sua atmosfera de gás, conseguindo deste
modo manter a sua estabilidade e existência. Dada a sua raridade, os astrónomos
apelidaram-no de “Planeta Proibido”.
Photo (NASA, ESA e A. Feild (STScI) |
A equipa de astrónomos crê que o planeta se terá “mudado”
para a zona do Neptunian Desert recentemente, ou seja, há um milhão de anos. Ao
mesmo tempo, há a hipótese de, em tempos, o planeta ter sido muito maior. Isto
significaria que a sua atmosfera tem vindo a evaporar, o que está a causar a
redução do tamanho do NGTS-4b.
Os investigadores detetaram o “Planeta Proibido” a partir do
Next-Generation Transit Survey (NGTS), instalações para pesquisas astronómicas
localizadas no Deserto Atacama, no norte do Chile. O planeta foi observado
durante 272 noites, entre 6 de agosto de 2016 e 5 de maio de 2017.
“Estamos agora a analisar os nossos dados para vermos se conseguimos
encontrar mais planetas no Neptunian Desert. Talvez este deserto tenha mais
vida do que o que se pensava”, concluiu West.
O estudo resultou de uma colaboração da Universidade de
Warwick, Leicester, Cambridge e da Universidade de Queen em Belfast. Estiveram
ainda envolvidos na investigação o Observatório de Génova, o DLR de Berlim e a
Universidade do Chile.
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Fonte//ScienceDaily