domingo, 10 de fevereiro de 2019

Automóveis elétricos , ecológicos mas não muito


Apesar de se pensar no automóvel elétrico como o transporte do presente e do futuro com zero emissões, a verdade não é bem assim.
O IVL (Instituto Sueco de Pesquisa Ambiental) fez um profundo estudo sobre o impacto ambiental da produção das baterias, e concluiu que esse impacto é equivalente a conduzir um automóvel a gasolina durante vários. A produção de uma bateria de lítio, para um automóvel elétrico, liberta 15 a 20 toneladas de CO2 para a atmosfera


Photo Tecmundo

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A produção das baterias de lítio equivale á libertação de 150 a 200 kg de dióxido de carbono por cada kWh de energia gerada pela bateria. Isto significa que, a bateria com maior capacidade de armazenamento no mercado, 100 kWh, instalada num Tesla, já produziu (só na produção) 15 a 20 toneladas de CO2.
Há também que ter em conta a fonte de energia usada para o carregamento das baterias. Grande parte deriva de centrais térmicas, que funcionam com combustíveis pesados e que acabam por aumentar a pegada ecológica do veículo tido como amigo do ambiente







Um automóvel a gasolina com emissões de 120 g/km, que já não está na lista dos mais ecológicos, teria de percorrer 125 mil quilómetros para emitir a mesma quantidade de dióxido de carbono.”  


Photo Diario Renovables

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Mas,a estes problemas há que somar outros.
 É o caso da poluição das águas, associada à extração dos minérios necessários para as baterias, como o lítio e o níquel, ou a questão da reciclagem das baterias, que ainda só é feita a 50%. Ou ainda a dependência estratégica dos países detentores destas matérias-primas, na verdade da China, que detém 95% das reservas de lítio. Portugal está na corrida deste recurso mineral e já está no top 10 mundial das reservas de lítio. Ainda assim, é uma atividade que exige grande capacidade técnica e financeira das empresas que se dedicam à sua exploração.






Novas espécies encontradas nos oceanos profundos da Costa Rica

Uma equipa de cientistas que tem vasculhado as águas escuras e profundas da Costa Rica descobriu um tesouro de novas espécies estranhas de todas as formas e tamanhos. A expedição encontrou também muito lixo nas profundezas proveniente da atividade humana.


Aranhas do mar
                                                             Aranhas do mar. Instituto do Oceano Schmidt / Temple University

Japoneses receiam uma catástrofe natural

A bordo do navio de investigação Falkor, a equipa do Instituto Oceânico Schmidt, organização privada sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, investigou vários montes e pequenas montanhas submarinas criadas pela atividade vulcânica perto do Parque Nacional Isla del Coco, na costa da Costa Rica.

Depois de 19 mergulhos submarinos operados remotamente, alguns dos quais os milhares de metros de profundidade, os cientistas traçaram uma ideia sem precedentes sobre este ecossistema muito pouco explorado.
 Chimaera
A Chimaera, também conhecido como um tubarão-fantasma. Instituto do Oceano Schmidt / Temple University



A equipa conseguiu documentar uma série de micróbios, ostras, estrelas-do-mar “quebradiças”, corais, peixes, polvos, tubarões, raias. Destes, foi possível identificar quatro novas espécies de corais e seis outras espécies de animais até então desconhecidos, todo um mundo novo submarino.


Cada mergulho continua a surpreender-nos”, confessou Erik Cordes, ecologista de águas profundas da Temple University, na cidade norte-americana da Filadélfia, em comunicado enviado ao portal IFLScience.








“Descobrimos espécies de corais duros que constroem recifes a uma profundidade de mais de 800 metros em dois montes submarinos diferentes. Os registos mais próximos desta espécie são das águas profundas ao redor das Ilhas Galápagos”.

camarão Glyphocrangon,
O camarão Glyphocrangon, descoberto em 2010. Schmidt Ocean Institute / Temple University


O mar profundo é o maior habitat da Terra”, frisou. “Perceber como é que este habitat funciona vai ajudar-nos a entender como é que o planeta como um todo funciona ”.

Contudo, nem tudo foi incrível nas águas profundas. Num dos mergulhos a maior profundidade, cerca de 3600 metros, encontrou muito lixo oriundo da atividade humana. Tendo em conta a crescente atividade pesqueira e energética nos oceanos profundos, os cientistas alerta que a pegada do homem tenderá a ficar maior e mais ousada neste lugar único e quase alienígena.

 tamboril
Um tamboril. Instituto do Oceano Schmidt / Temple University

Preocupante. Os oceanos estão a aquecer 40% mais rápido que era previsto


Os cientistas consideram importante proteger este ecossistema, instando as autoridades a criar uma nova área marinha protegida. “A nova pesquisa apoiará os esforços da Costa Rica para conservar estes importantes habitats, fornecendo uma linha base das espécies e ecossistemas incríveis encontrados nestas áreas mais profundas e que nem sempre têm a atenção que merecem”, disse a co-fundadora do Instituto Wendy Schmidt.

Para já, uma das coisas mais importantes que podemos fazer é entender como é que estas comunidades funcionam. Depois, e se houver mudanças no futuro, poderemos medir o impacto humano”, concluiu.


Fonte//IFLSience