Se uma violenta tempestade solar atingir a Terra. O que
acontecerá?
Photo HypeScience |
Mudança no campo magnético da Terra obriga a antecipar o Modelo Magnético Mundial
Mas o que são as tempestades solares
Estas tempestades geomagnéticas são causadas por manchas e
erupções solares. Ao contrário dos super vulcões ou de impactos de asteroides,
elas são mais vulgares e mais prováveis de ocorrer num curto espaço de tempo. Isso
significa que podemos ser atingidos por uma na próxima década ou no próximo
século.
Não podemos prever os possíveis estragos que tal tempestade
causaria, mas podemos ter uma ideia comparando com as tempestade anteriores,
como a Tempestade Ferroviária de New York de 1921 e o Evento Carrington de
1859, dois incidentes geomagnéticos bem conhecidos pela ciência.
Recentemente, um estudo conduzido pelo Serviço Geológico dos
Estados Unidos e liderado por Jeffrey Love estudou a intensidade do evento de
1921, sugerindo que pode ter sido mais poderoso que o incidente mais conhecido,
o de 1859.
Existem diferentes formas de medir a intensidade de uma
tempestade geomagnética. Uma delas é um índice chamado Dst (“disturbance storm
time”), que calcula a média dos valores da força do campo magnético da Terra
utilizando informações de vários locais.
O índice Dst médio do nosso planeta é de cerca de 20
nanoteslas (nT). Quando os níveis os atingim os -250 nT, isso é considerado uma
tempestade.
Os dados magnéticos limitados que possuímos sobre o Evento
Carrington indicam que sua intensidade foi entre -850 e -1,050 nT. A nova
pesquisa sobre a tempestade de 1921, indica que ela alcançou -907 nT. Tornando-a
mais intensa que a tempestade de 1859.
A Tempestade Ferroviária de New York Vs Evento Carrington
É complicado conseguir as medidas históricas das tempestades
solares. Hoje temos muitos instrumentos para conseguir recolher dados, mas, antes
de 1957 (quando começam os registos oficiais de Dst) tínhamos poucos recursos
para efetuar essas medições.
No seu novo estudo, Jeffrey Love voltou a examinar os dados
da tempestade de 1921, até aí, analisados com informações oriundas apenas de um
observatório em Samoa.
O cientista conseguiu encontrar informações adicionais de
outras localizações na Austrália, Espanha e Brasil, fazendo uma média para
chegar a um valor de intensidade mais preciso e mais exato que os valores que
temos para o Evento Carrington, mais famoso e normalmente considerado o mais
poderoso de que temos conhecimento.
Efeitos
A tempestade de 1859 é muito conhecida pelo que causou.
Devido a ela, correntes geomagnéticas percorreram a rede pela elétrica do
planeta, iniciando incêndios em todo o mundo.
Os registos de Samoa, que não estão longe do equador, também
indicam que auroras foram visíveis mesmo em locais de baixa latitude, incluindo
Paris (França) e Arizona (EUA). Além disso, sistemas de telégrafo e de telefone
foram interrompidos no Reino Unido, Nova Zelândia, Dinamarca, Japão, Brasil e
Canadá.
Photo Solar Dynamics Observatory e NASA |
Seres humanos podem detetar o campo magnético da Terra |
E que consequências haveria nos dias de hoje
Hoje, uma tempestade como as de 1859 e 1921 teria
consequências muito piores, tendo em conta nossa dependência quase total de
redes elétricas e satélites.
Se uma tempestade como a de 1921 ocorresse hoje, haveria uma
interferência generalizada em inúmeros sistemas tecnológicos, com apagões,
falhas nas telecomunicações e até perda de alguns satélites. Isso esteve
prestes a acontecer em 2012
E podemos evitar essas consequências?
Não totalmente. Embora existam alguns sistemas de alerta para
tempestades solares, como o “Advanced Composition Explorer” da NASA, que
monitoriza o espaço, só nos permitiria tentar controlar ou diminuir seus
efeitos, desligando tudo das redes elétricas, mas ainda não existe tecnologia que
permita bloquear completamente.
Anomalia do Atlântico Sul pode estar a enfraquecer o campo magnético da Terra
Fonte//ScientificAmerican