quarta-feira, 29 de agosto de 2018

O colesterol bom pode ser perigoso para doentes cardíacos.

 

O estudo, de uma equipe de pesquisadores em Atlanta, descobriu que, em pessoas com doenças cardiovasculares, níveis muito altos de colesterol "bom" ou colesterol HDL estão associados a um risco consideravelmente maior de ataque cardíaco e morte. Na verdade, os cientistas descobriram que as pessoas com níveis muito elevados de colesterol HDL no sangue têm um risco tão elevado de ataque cardíaco e morte por doença cardiovascular como aquelas com níveis muito baixos.

 

O estudo foi apresentado em 25 de agosto no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2018, em Viena, e os autores deram a conhecer seu trabalho numa conferencia de imprensa em 27 de agosto.

 

O colesterol HDL tem sido aclamado por suas qualidades positivas, incluindo sua capacidade de limpar artérias e sua associação a um menor risco de doença cardiovascular.

 

"A molécula de HDL é muito complexa e faz muitas coisas no corpo", disse o principal autor do estudo Dr. Marc Allard-Ratick, professor de medicina interna na Faculdade de Medicina da Universidade Emory, em Atlanta. "Uma das coisas que faz é ajudar a remover o colesterol ruim da parede dos vasos sanguíneos e do corpo".

 

Além disso, "muitos estudos mostraram uma associação inversa entre o colesterol bom e eventos cardiovasculares adversos, como ataque cardíaco ", disse Allard-Ratick. A maioria desses estudos anteriores, no entanto, não analisou pacientes com níveis muito altos de HDL no sangue.

 

Assim, no estudo, os pesquisadores analisaram cerca de 6.000 pacientes que já haviam sido diagnosticados com doenças cardiovasculars ou tinham alta probabilidade de a contrair. Os pesquisadores mediram os níveis de HDL dos pacientes e recolheram dados sobre seu histórial médico.

 

Os pacientes foram divididos em cinco grupos, com base nos níveis de colesterol HDL no sangue: Menos de 30 miligramas por decilitro (mg / dL), 31-40 mg / dL, 41-50 mg / dL, 51-60 mg / dL e mais de 60 mg / dL. (Os níveis de colesterol HDL acima de 60 mg / dL são considerados "ótimos", segundo a Mayo Clinic .)

 

Então, os pacientes foram monitorizados por quatro anos. Durante o período de acompanhamento, 769 pacientes morreram de causas cardiovasculares ou tiveram um ataque cardíaco.

 

O estudo descobriu que tanto os pacientes com o nível mais alto como o mais baixo nível de colesterol HDL tinham a maior probabilidade de morrer de doenças cardiovasculares ou sofrer um ataque cardíaco, disse Allard-Ratick à Live Science.

 

Especificamente, pacientes com níveis de colesterol HDL acima de 60 mg / dL tiveram um risco 50% maior de sofrer um ataque cardíaco ou morrer de doença cardiovascular, comparados com aqueles com níveis de colesterol HDL entre 41 e 60 mg / dL.

Mas não está claro por que os níveis muito elevados de colesterol HDL foram associados a esses efeitos negativos, disseram os pesquisadores.

 

O Dr. Heinz Drexel, cardiologista do Hospital Estadual de Feldkirch, na Áustria, que não esteve envolvido no estudo, disse que níveis muito altos de colesterol HDL são muito menos comuns em pacientes com doenças cardiovasculares. Em vez disso, esses pacientes são muito mais propensos a ter baixos níveis de colesterol HDL.

 

"Nós vemos níveis muito elevados de HDL, acima de 80mg / dL, em apenas 1% da população", disse Drexel à Live Science. "Por outro lado, vemos níveis baixos abaixo de 40mg / dL em cerca de metade dos pacientes".

 

Ainda assim, Drexel disse que o estudo é significativo, já que é o primeiro a observar níveis muito elevados de colesterol HDL em pessoas com doenças cardiovasculares.

 

"Nós sabemos há décadas que o colesterol HDL baixo coloca as pessoas em risco de desenvolver doenças cardiovasculares", disse Drexel. "O que é novo é que os níveis muito altos também não são bons".

Allard-Ratick disse que os níveis muito altos de colesterol HDL observados no estudo são mais provavelmente um resultado da genética do que devido ao estilo de vida. De fato, Allard-Rattick e Drexel disseram que quando em níveis muito altos, as moléculas de HDL podem não desempenhar suas funções eficientemente, resultando numa acululaçao de colesterol no sangue. No entanto, ambos concordaram que mais pesquisas são necessárias para entender os riscos, bem como os mecanismos subjacentes.

 

Fonte//LiveSience

Fumar ou ficar obeso, qual o pior?

Quem deixa de fumar ganha peso e se o tabagismo é mau, a obesidade não é melhor.

 Um estudo recente concluiu que, apesar de a obesidade ser prejudicial, o tabaco é muito pior.

 

As pessoas que deixam de fumar costumam ganhar peso, mas isso não acontece necessariamente porque precisam de um novo hábito para atenuar a ausência do cigarro. A nicotina presente no tabaco reduz o apetite, e logo que a nicotina desaparece o apetite cresce.

 

A correlação existente entre o parar de fumar e o aumento do peso foi observada em vários estudos. Para muitas pessoas, este ganho de peso não perigoso no que diz respeito apenas à obesidade, mas também ao risco de desenvolvimento de diabetes do tipo 2 também aumenta.

 

Este detalhe levou os cientistas a estudarem este assunto ao pormenor de modo a averiguar se deixar de fumar é, na verdade, uma estratégia de saúde perigosa para algumas pessoas. Fumar faz mal à saúde, mas a obesidade também é prejudicial. Além disso, ambos aumento o risco de diabetes tipo 2, hipertensão e doença cardiopulmonar. Mas, afinal, o que é pior?

 

 

Num estudo publicado recentemente no The New England Journal of Medicine, os cientistas analisaram três estudos feitos ao longo de 19 anos com dados de saúde de mais de 170.000 pessoas nos Estados Unidos.

A cada dois anos, essas pessoas preenchiam questionários sobre a sua saúde e sobre o seu estilo de vida.

 

Os investigadores centraram-se nos casos que envolviam fumadores que, entretanto, deixaram de fumar e concluíram que, para alguns, desistir desse hábito levou a um ganho de peso que prejudicou a sua saúde no geral. Em média, o risco de desenvolver diabetes tipo 2 era 22% maior.

 

No entanto, o estudo descobriu ainda que o aumento do risco de diabetes atingia um pico entre cinco a sete anos depois de parar de fumar, e diminuía gradualmente depois disso. Além disso, mesmo entre as pessoas que ganharam cerca de 20 quilos ou mais depois de deixarem de fumar, o seu risco de desenvolverem doenças cardiovasculares diminuiu até 67%.

 

As pessoas que querem deixar de fumar “não devem ser dissuadidas pelo ganho de peso porque a redução a curto prazo e a longo prazo do risco de doença cardiovascular é clara”, disse Yang Hu, autor do artigo científico. Ainda assim, o investigador aconselha a pessoas que querem pôr o tabaco de lado a considerar um estilo de vida mais saudável.

 

Em suma, os cientistas concluíram que a obesidade é má, mas o tabagismo é pior. Por isso, antes de pensar em pegar num cigarro depois de ler esta frase, substitua-o por uma deliciosa fatia de bolo de chocolate.

 

Fonte//DiscoverMagazine