Os resíduos plásticos são transformados petelizados, ou seja, são transformados em pequenos grânulos e substituem 20% do óleo pegajoso utilizado para selar as estradas tradicionais. Cada tonelada de asfalto contém, aproximadamente, 20 mil garrafas plásticas ou 70 mil sacos de compras descartáveis. Segundo o engenheiro, o seu aditivo plástico é mais económico e funciona como uma “cola” mais forte.
McCartney afirma que as suas estradas de plástico são 60% mais fortes do que as estradas tradicionais, e os testes conduzidos em laboratório projetam que estas estradas podem durar até três vezes mais. No entanto, só o tempo poderá dizer como as estradas de plástico resistem ao desgaste.
Atualmente, os negócios de McCartney, a MacRebur Plastic Roads Company, forneceram grânulos de plástico para estradas no Reino Unido, Canadá e Austrália.
McCartney encontrou, pela primeira vez, plásticos nas estrada quando realizou uma viagem ao sul da Índia. De acordo com o escocês, os resíduos eram colocados nos buracos das estradas e depois incendiados, de forma a fundir os plásticos nas crateras, resolvendo assim o problema dos buracos.
Na verdade, a Índia usa o plástico na construção de estradas desde o início deste século, seguindo um processo desenvolvido por Rajagopalan Vasudevan, professor de química na Universidade de Engenharia de Thiagarajar, na cidade de Madurai.
O processo de Vasudevan consiste em espalhar fragmentos de plástico picado sobre pedras quentes, formando um revestimento fino, uma espécie de primer. Só depois é que é adicionado ao betume, fazendo uma forte ligação.
Até o momento, o método foi aplicado em cerca de 100 mil quilómetros de estrada da Índia. Em novembro de 2015, o Ministério dos Transporte Rodoviários tornou obrigatória a construção de estradas a partir de resíduos plásticos na maioria das áreas urbanas. No entanto, alguns estados ainda não começaram a seguir estas diretrizes.
“Caso as regras sejam seguidas, as estradas de plástico permitirão que uma cidade, estado ou mesmo todo o país se transforme num espaço com zero resíduos, mas ainda está longe de acontecer”, disse fonte governamental da Índia.
Tanto Patel quanto McCartney acreditam que os plásticos colocados nas estradas não voltarão a entrar nos rios e oceanos através das chuvas. “Se o plástico estiver completamente espremido entre a pedra e o betume, não há risco para o ambiente“, concluiu.
Fonte: Zap.aeiou.pt