quinta-feira, 16 de maio de 2019

Haumea, o planeta anão deformado


A Via Láctea tem realmente mistérios á espera de serem desvendados e a cada descoberta, mais surpreendidos ficamos. 
A 43,3 UA do Sol, ou seja, pouco mais do que fazer o trajeto Terra Sol 43 vezes existe Hauema, antes chamado de 2003 EL61. Este é um planeta anão tipo plutoide que vive no Cinturão de Kuiper e desperta muita curiosidade.


Ele possui dois satélites naturais, o Hi'iaka e o Namaka,e segundo teorias, estes satélites são destroços de uma antiga colisão que o teriam separado do planeta mãe. Este é o objeto astronômico que possui mais rotação do Sistema Solar, demorando apenas quatro horas para fazer o seu movimento completo em torno do seu eixo. Este fato faz com que ele pareça deformado, oval, muito parecido com uma bola de rugby.
O planeta também possui um albedo elevado que ocorre devido a formação de gelo cristalino na superfície. Acredita-se que Haumea seja o maior membro de uma família de destroços criados numa colisão.





O planeta foi descoberto em dezembro de 2004, porém só em 18 de setembro de 2008 que houve a confirmação de se tratar de um planeta anão, foi nesta ocasião que o batizaram de Hamea, uma homenagem a deusa havaiana do nascimento e fertilidade. Segundo conta a mitologia, Hamea tem o poder de renascer devido a seus inúmeros filhos e próprios rebentos e descendentes.
Foi descoberto todo um conjunto de corpos celestes no Cinturão de Kuiper que os investigadores da Caltech, Estados Unidos, acreditam ter propriedades orbitais muito parecidas com as de Haumea. 


A equipe de Michael Brown acredita que os fragmentos façam parte da camada de gelo do planeta-anão cuja massa é cerca de um terço da de Plutão. Esta grande família de rochas com órbitas e superfícies semelhantes já havia sido antes observada através da cintura de asteroides que fica entre Marte e Júpiter. Entretanto, esta é a primeira ocorrência conhecida de objetos oriundos de colisões registadas no Cinturão de Kuiper.
Em 21 de janeiro de 2017 foi observada uma ocultação estrelar que forma um anel ao redor de Haumea, sendo este o primeiro sistema de anéis descoberto num corpo além de Neptuno. Segundo os investigadores, o anel tem um raio de 2287 km, largura de 70 km. Sua ressonância é próxima de 3:1 com a rotação do planeta-anão, assim completando uma rotação enquanto Haumea faz três rotações.

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Os plásticos estão asfixiar os oceanos


As bactérias são muito importantes para a própria existência da vida na Terra. Através da fotossíntese, cianobactérias ajudaram a formar a nossa atmosfera há milhares de milhões de anos. 
Ainda hoje, 10% do oxigênio que respiramos vem de apenas um tipo de bactéria existente nos oceanos. E, como está a acontecer com todas as formas de vida na Terra, a intervenção humana está ameaçando estes seres. Testes de laboratório mostraram que essas bactérias que ajudam a produzir o oxigênio que respiramos são sensíveis à poluição plástica, de acordo com um estudo publicado na revista Communications Biology.


Photo Pixabay


Descobrimos que a exposição a produtos químicos provenientes da poluição do plástico interferiu no crescimento, fotossíntese e produção de oxigênio do Prochlorococcus, a bactéria fotossintética mais abundante do oceano”, diz Sasha Tetu, autora principal e pesquisadora da Universidade Macquarie, nos EUA, numa comunicação à imprensa.
Estima-se que a poluição por plástico cause mais de 13 mil milhões de dólares em prejuízos econômicos aos ecossistemas marinhos todos os anos, e a tendência é que o problema piore, de acordo com estimativas sobre a contaminação de plásticos no oceano até 2050. “Essa poluição pode libertar uma variedade de produtos químicos nos ambientes marinhos, mas ao contrário das ameaças que os animais sofrem ao ingerir ou se emaranhar em detritos plásticos, a ameaça que esses químicos representam para a vida marinha recebeu relativamente pouca atenção”, diz Lisa Moore, coautora do artigo.




Pensando nessa falta de estudos a respeito do potencial devastador dos elementos químicos que são depositados nos oceanos através do plástico, os investigadores analisaram os efeitos que esses produtos têm sobre a mais pequena forma de vida existente nos oceanos, as bactérias marinhas fotossintéticas. “Nós olhamos para um grupo de pequenas bactérias verdes chamadas Prochlorococcus, que é o organismo fotossintético mais abundante na Terra, com uma população global de cerca de três octilhões de indivíduos”, diz Sasha.
 Esses micróbios são os grandes responsáveis pela produção de hidratos de carbono e oxigênio no oceano através da fotossíntese. “Esses microrganismos minúsculos são fundamentais para a cadeia alimentar marinha, contribuem para o ciclo de carbono e são responsáveis ​​por até 10% da produção total de oxigênio”, diz Lisa, explicando a importância fundamental desses micróbios para a saúde dos oceanos. “Assim, uma em cada dez respirações que fazemos, o oxigénio provem pequenos seres, mas quase nada se sabe sobre como as bactérias marinhas, como o Prochlorococcus, reagem á poluição causada pelo Homem”.


Photo Futurism

Cientistas avisam que o oceano está ficando sem oxigênio


No laboratório, a equipe expôs duas linhagens de Prochlorococcus encontradas a diferentes profundidades do oceano a produtos químicos lixiviados de dois produtos plásticos comuns, sacolas de plástico cinza (feitas de polietileno de alta densidade) e esteiras de PVC. Eles descobriram que a exposição a esses produtos químicos prejudicava o crescimento e a função desses micróbios, incluindo a quantidade de oxigênio que eles produzem, além de alterar a expressão de um grande número de seus genes.





 Os dados mostram que a poluição por plásticos pode ter impactos generalizados sobre os ecossistemas, além dos efeitos conhecidos nos macro organismos, como aves marinhas e tartarugas. Se realmente quisermos entender o impacto total da poluição plástica no ambiente marinho e encontrar formas de mitigá-lo, precisamos considerar o seu impacto nos principais grupos microbianos, incluindo os micróbios fotossintéticos”, diz Sasha.
Este estudo revelou um novo e inesperado perigo da poluição por plásticos. Se a gestão de resíduos plásticos for deixada como está, as populações de prochlorococcus podem diminuir em alguns locais, o que poderia afetar os outros organismos que dependem de prochlorococcus para a alimentação. É possível que alguns prochlorococcus já estejam a ser afetados com os plásticos”, diz Moore em entrevista ao jornal inglês The Independent.


Photo Pixabay

Novo projeto pretende limpar o ar de Londres com algas e plantas microscópicas



A boa notícia é que ainda há tempo de mudar essa realidade. “Seriam necessárias várias décadas até que plástico se acumulasse nos oceanos em quantidade suficiente para afetar as populações de prochlorococcus em escala global”, diz Moore na mesma entrevista. Segundo as pesquisadoras, o próximo passo é a realização de testes de campo para continuar entendendo o impacto da poluição do plástico nos oceanos.