Acreditar ou não em fantasmas pode variar consoante as fases
da vida. Quando somos crianças, eles certamente existem e á noite, ao escuro, só
nos sentimos seguros se estivermos totalmente debaixo das cobertas. Quando
adultos, sabemos que eles não existem, mas sentimos sempre algum receio de
sítios escuros, principalmente, se acabamos de ver um filme de terror.
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A verdade é que não há nenhuma prova científica da
existência de espíritos que permaneceram presos a uma casa ou a alguém. Há,
porém, prova científica dos motivos pelos quais acreditamos neles, ou até mesmo
entramos em contato com estes seres. Existem explicações científicas possíveis
para aquela sensação de formigamento que sentimos na parte de trás do pescoço,
ou a repentina sensação de desconforto sem uma origem plausível. O portal Quick
and Dirty Tips resolveu listar seis das razões que a ciência dá como
explicações possíveis para esse “sentimento paranormal”.
6. Sons de baixa frequência
Assim como nossos olhos, que só conseguem enxergar a luz em
uma determinada faixa de frequências, o ouvido humano também só pode ouvir sons
em algumas frequências. Acima de mais ou menos 20.000 Hertz, os sons são muito
agudos para nossos ouvidos analisá-los, como os chamados de ecolocalização da
maioria dos morcegos, que se enquadram nessa faixa ultrassônica.
Da mesma forma, ouvidos humanos têm dificuldade em ouvir
sons de baixa frequência abaixo de cerca de 20 Hertz, conhecidos como
infrassom. Estes sons, porém, não passam totalmente despercebidos. Em um estudo
de 2003, 22% dos frequentadores de concertos onde ouviram sons a 17 Hertz
disseram sentir-se desconfortáveis ou tristes, com calafrios, ou “sentimentos
nervosos de repulsa e medo”.
Eventos climáticos como terremotos, atividade vulcânica ou
raios, além da comunicação entre animais, incluindo elefantes, baleias e
hipopótamos, podem produzir infrassons. Se você não vive perto de vulcões ou
hipopótamos, mas ainda acha que sua casa pode ser assombrada, a explicação pode
estar em sons feitos por seres humanos. Nós também criamos sons de baixa
frequência por meio de motores a diesel, turbinas eólicas e alguns
alto-falantes ou explosões químicas.
5. Mofo
Respirar mofo pode ser ruim para o sistema respiratório, mas
também pode ser ruim para o cérebro. A exposição ao mofo é conhecida por causar
sintomas neurológicos, como delírio, demência ou medos irracionais. Não é
coincidência que casas que geralmente são suspeitas de serem assombradas também
tendem a estar em condições precárias e, portanto, possivelmente cheias de
bolor tóxico.
Shane Rogers, professor de Engenharia Civil e Ambiental da
Universidade Clarkson nos EUA, explica em entrevista ao portal Mental Floss
que, quando o mofo se reproduz, ele cria esporos que se espalham no ar que
respiráramos. Um estudo de 2009 sugeriu uma ligação potencial entre certos
fungos tóxicos e sintomas como “distúrbios do movimento, delírio, demência e
distúrbios de equilíbrio e coordenação”.
Os cientistas têm trabalhado para estabelecer uma ligação
firme entre a presença de mofo e os relatos de aparições de fantasmas, mas até
agora não há evidências concretas. Até agora, essa ligação entre os fungos e os
fenómenos paranormais ainda é especulativa. “Assombrações são fenômenos
amplamente divulgados que não são bem pesquisados”, diz Rogers. “Eles são
frequentemente relatados em estruturas antigas que também podem sofrer com a
qualidade do ar. Da mesma forma, algumas pessoas relataram depressão, ansiedade
e outros efeitos da exposição a poluentes biológicos no ar interno. Estamos
tentando determinar se algumas assombrações relatadas podem ser ligados a
poluentes específicos encontrados no ar interior”, explica.
4. Monóxido de carbono
Assim como respirar mofo pode nos levar a ver, ouvir e
sentir coisas que não estão realmente acontecendo, também podemos ter estes
sintomas ao respirar muito monóxido de carbono. Detetores de monóxido de
carbono podem alertar se estamos respirando esse gás incolor e inodoro que
lentamente nos envenenar porque nós não o conseguimos detetar. Mas antes que
uma fuga de gás de monóxido de carbono nos envenene, pode causar-nos
alucinações auditivas, uma sensação de pressão no peito e uma “sensação
inexplicável de medo”.
Uma história frequentemente contada da década de 1920 sobre
uma família que se mudou para uma nova casa e passou a ouvir passos, ver
aparições e sentir presenças paranormais maliciosas, acabou por ser o resultado
do envenenamento por monóxido de carbono vindo uma fuga de um forno.
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3. O poder da sugestão
Estudos sugerem que somos mais propensos a acreditar numa
experiência paranormal se outra pessoa que estava lá nos der apoio. Assim,
embora possamos nos convencer de que estávamos de alguma forma enganados sobre
o que vimos ou ouvimos, temos tendência a acreditar mais em outra pessoa que
presenciou se ela também nos apoia no que vimos ou ouvimos. Acreditar em
fantasmas pode ser “contagioso”.
2. Correntes de ar frio
Abrir as janelas nas extremidades opostas de uma sala durante
um dia de calor pode criar uma brisa agradável, mas também pode criar pontos
frios à medida que o fluxo de ar muda para fora, fazendo com que o ar mais frio
entre em uma sala mais quente, criando pontos gelados “inexplicáveis” dentro de
uma casa.
Um ponto frio é frequentemente citado por caçadores de
fantasmas como um sinal de que um espírito assombrado está por perto. No
entanto, qualquer pessoa que já tenha morado em uma casa com clima temperado já
sentiu pontos frios causados por uma corrente de ar que sai da chaminé ou de
uma janela aberta.
Além disso, mesmo que a sala esteja fechada, o ar quente
continuará a subir e o ar frio continuará a descer. Se acontecer estar na sala,
pode sentir uma onda de ar frio. Não é provavelmente um fantasma, mas é muito
mais provável que seja apenas uma corrente de ar.
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1. O prazer do medo
Os neurologistas descobriram que nossos cérebros libertam
dopamina, uma substância química associada ao prazer, quando estamos com medo.
A quantidade de dopamina no cérebro libertada neste processo e quantos recetores
nós temos para recebê-la podem influenciar nosso prazer ao sentir medo ou se preferimos
evitar filmes de terror. Então, para alguns, deixar nossa imaginação voar com
as possibilidades de coabitar com fantasmas, ao mesmo tempo que possa ser
assustador, também pode produzir um “bônus” de euforia no cérebro.
Acreditar em fantasmas também nos permite acreditar numa
existência após a morte, o que pode ser reconfortante.