Um grupo de cientistas liderados por Anthony C. Yu, da
Universidade de Stanford, nos EUA, apresentou um protótipo de gel adesivo, que
pode ser pulverizado de helicóptero ou avião, podendo, em breve, dar proteção a
longo prazo contra os incêndios florestais.
Este gel, à base de celulose, pode
reduzir os incêndios florestais em 70% e pode
ser extremamente importante na preservação das nossas florestas.
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Amazónia destruída pelo homem e pelo fogo
A revista PNAS publicou um artigo que descreve o protótipo
como um fluido visco-elástico à base de celulose que pode efetivamente proteger
grandes áreas vegetação durante todo o pico da temporada de incêndios.
O gel tem na sua composição poli-fosfato de amónio (APP), o
retardador de fogo mais vulgar usado contra incêndios florestais nos EUA.
Na sua fórmula atual, o AAP está concentrado num fluido
projetado para formar uma barreira húmida e viscosa nas plantas.
Cerca de 380 milhões de litros de APP são pulverizados na
vegetação na Califórnia todos os anos para combater os incêndios de grande
dimensão, mas suas propriedades retardantes funcionam apenas durante um dia ou
dois, tornando-o inadequado para uso em estratégias de prevenção planeadas.
Este novo meio de prevenção desenvolvido por Yu e colegas,
pelo menos experimentalmente, supera esse problema e protege as plantas até um
mês, o tempo suficiente para impedir que incendeie nas semanas de maior risco nas
épocas de incêndios.
A solução, escrevem os investigadores, é um gel conseguido a
partir de derivados de celulose, incluindo hidroxietilcelulose e metilcelulose,
com partículas microscópicas de sílica ligadas à sua
superfície.
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Revelado o único método capaz de evitar uma catástrofe climática
“O fabrico desses
materiais é fácil e barato em grande escala, pois contém apenas materiais
iniciais não tóxicos amplamente utilizados na confeção de alimentos,
medicamentos, cosméticos e agricultura", escrevem os pesquisadores.
Os testes efetuados em laboratório e em parcelas de três
metros quadrados, cheios de vegetação, em vários comprimentos e densidades,
tiveram alguns resultados impressionantes. As parcelas que não haviam sido
tratadas com o gel, ardiam, as tratadas não. Esta proteção de gel permaneceu na
vegetação, mesmo após uma simulação de 12 milímetros de chuva.
O gel acaba por desaparecer passados cerca de 30 dias, tempo
suficiente para fornecer proteção contra os fogos durante o período de perigo. A
próxima tarefa para os investigadores é procurar maneiras de aumentar os níveis
de produção comercial e testar a eficácia do gel num cenário real.
Na Califórnia, pelo menos, cerca de 70% dos incêndios
ocorrem perto de fontes de ignição como estradas, Concentrar a pulverização nestas
áreas de alto risco reduzirá, portanto, a probabilidade de incêndio.
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Fonte//PNAS