Cientistas russos querem fazer um "parque" cercado
na Sibéria com grandes herbívoros o que poderia ajudar a transformar a paisagem
num ecossistema de pastagem, como foi durante a última era glacial.
Há dezenas de milhares de anos atrás, as frias estepes da
Sibéria eram ecossistemas campestres vibrantes, suportando diversas comunidades
de herbívoros como mamutes, rinocerontes, alces, cavalos e bisontes. No final
do Pleistoceno e Poch (entre 2,6 milhões e 11,7milhoes de anos) a maioria
dessas espécies desapareceu, e os habitats das pastagens afundaram, tendo a grande
parte das gramíneas desaparecido.
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Agora, uma equipa de cientistas russos está trabalhando para
recriar essa paisagem antiga. Numa uma área cercada no norte da Sibéria,
chamada "Parque Pleistoceno", os cientistas pretendem restaurar um
mundo desaparecido onde enormes herbívoros vagueavam. Ao fazê-lo, os cientistas
esperam também abordar o problema global das mudanças climáticas.
No Ártico, a cobertura de gelo permanente (permafrost) é
atualmente muito vulnerável ao derretimento, e esse derretimento liberta gases
de efeito estufa até então aprisionados no gelo, Estima-se que 1.400 giga
toneladas de carbono, (1 gigaton equivale a 1 bilião de toneladas) estejam
congeladas no permafrost da Terra, de acordo com o Centro Nacional de Dados de
Neve e Gelo (NSIDC).
Reintroduzir grandes herbívoros no parque siberiano e trazer
pastos para as estepes pode ajudar a proteger o permafrost.
Ao contrário do fictício Jurassic Park, o Pleistocene Park
não é um parque turístico com animais extintos clonados de fosseis. O parque
tem uma área de 16 quilômetros quadrados e é o lar de renas, alces, bois
almiscarados, bisontes e cavalos, todos reintroduzidos segundo o site to
parque.
Os primeiros animais chegaram em 1988 e, nas décadas
seguintes, o ecossistema modificou-se, ajustando-se à presença de grandes
herbívoros. Já começaram a surgir mudanças na vegetação do parque, com mais grama,
o que é uma resposta natural ao consumo por parte dos animais. Rebanhos de
cavalos e bisontes percorrem a paisagem outrora habitada por mamutes extintos e
rinocerontes peludos.
Mas a recriação de antigas pastagens trará de volta sistemas
radiculares que lixiviam a humidade do solo, o que pode reduzir a produção de
metano.
O aumento da queda de neve durante os últimos três invernos
comprometeu ainda mais o permafrost , criando uma camada isolante que aquece a
terra e impede o congelamento. Em muitos locais, os cientistas descobriram que
as camadas de solo permaneciam descongeladas o ano todo.
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Embora os mamutes e rinocerontes da Sibéria já tenham
desaparecido há muito tempo, outros grandes herbívoros vivos hoje podem
proteger o permafrost fazendo o que seus antecessores faziam quando percorriam
a tundra, pisando as camadas superiores de neve permitindo que o solo congele e
protegendo o permafrost no Ártico.
Fonte//LiveScience