Normalmente, levaria centenas ou milhares de anos para que
todo o gelo derretesse. Mas e se algo acontecesse que causasse um derretimento
global da noite para o dia?
Se enquanto dormíamos, o nível do mar subisse 66 metros. Cidades
costeiras como New York, Xangai e Londres ficariam submersas numa inundação
apocalíptica, forçando até 40% da população mundial a sair de suas casas.
Embora todo esse caos ocorra acima da superfície, algo igualmente
sinistro também acontece no subsolo. Toda essa água salgada se infiltrará nas
reservas de água subterrânea para o interior, forçando seu caminho para os aquíferos
de água doce próximos, aqueles que fornecem água potável, sistemas de irrigação
e sistemas de refrigeração para fabricas. Todos esses aquíferos seriam
destruídos.
Além disso, o gelo na Groenlândia e na Antártica é feito de
água doce; portanto, quando derrete, cerca de 69% das reservas de água doce do
mundo vai direto para os oceanos. Isso causará estragos nas correntes oceânicas
e nos padrões climáticos.
A corrente do Golfo, por exemplo. É uma forte corrente
oceânica que leva ar quente ao norte da Europa e depende de água densa e
salgada do Ártico para funcionar. Mas uma inundação de água doce diluiria a corrente
e poderia enfraquece-la ou até parar-la completamente. Sem esse ar quente, as
temperaturas no norte da Europa desceriam, o que poderia gerar uma mini era
glacial, segundo alguns especialistas.
Isso nem é o pior. Veja o que acontecerá quando os últimos
1% de gelo de água doce que não fazem parte do degelo da Groenlândia ou da
Antártica, derreter. Parte desse 1% está em geleiras no interior.
As geleiras dos Himalaias representam especificamente uma
das maiores ameaças por causa do que está preso no interior. Produtos químicos
tóxicos como diclorodifeniltricloroetano ou DDT. Os cientistas descobriram que
geleiras como essa podem armazenar esses produtos químicos por décadas. Mas, à
medida que descongelam, essas geleiras liberam os produtos químicos em rios,
lagos e reservas de água subterrânea, envenenando-os.
Photo Pixabay/edymariani |
Há uma opção segura de geoengenharia para reduzir o CO2
O restante desse 1% está no subsolo, principalmente na
tundra do Ártico, na forma de algo chamado permafrost. O permafrost é uma
matéria orgânica congelada no solo há mais de dois milhões de anos.
Um dos problemas mais imediatos com o degelo do permafrost
seria o envenenamento por mercúrio. Estima-se que existam 15 milhões de galões
de mercúrio armazenados no permafrost do Ártico. Além disso, a matéria orgânica
no permafrost é uma refeição para os microorganismos. Depois de digerir tudo,
eles soltam dois dos gases de efeito estufa mais potentes do mercado, dióxido
de carbono e metano.
Os cientistas estimam que isso poderia dobrar os níveis
atuais de gases de efeito estufa na atmosfera e potencialmente fazer com que as
temperaturas globais subissem 3,5 graus Celsius em comparação com hoje.
Pode não parecer muito, mas era o fim de rios e lagos por
todo o mundo. Eles evaporariam com temperaturas mais altas e causavam secas em
massa e climas desérticos. E todo esse vapor de água extra na atmosfera
alimentaria tempestades, inundações e furacões mais frequentes e mais fortes.
Portanto, todo esse litoral recém-estabelecido no leste dos
EUA seria um dos últimos lugares para se habitar. Em vez disso, haveria
migrações em massa para o Canadá, Alasca, Ártico e até o que resta da
Antártica.
Photo Pixabay/geralt |
Novo Bioreator pode ser a solução para as emissões de CO2
Isso provavelmente nunca vai acontecer. Afinal, agora há
gelo suficiente para cobrir todo o continente da América do Norte com uma
camada de uma milha de espessura.
Então, da próxima vez que ouvir sobre o recorde de calor ou
furacões ultra poderosos, pelo menos você sabe que pode ser pior. Mas os
cientistas estimam que, se não agirmos e as temperaturas globais aumentarem
apenas 1 grau Celsius, os efeitos das mudanças climáticas que já vemos hoje
serão irreversíveis.
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Fonte //Businessinsider
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