Uma bomba esquecida da Segunda Guerra Mundial fez uma enorme
cratera na Alemanha Central. A destruição é evidente e devastadora. Um buraco
de 10 metros de largura e 4 metros de profundidade. A explosão inesperada
deu-se no domingo em Ahlbach, num campo de cevada na Alemanha central. Segundo
o site de notícias alemão Hessenschau, ninguém ficou ferido na explosão.
Especialistas em explosivos vasculharam a cratera, sem
encontrar qualquer fragmento da bomba, chegando-se a pensar ser um impacto de asteroide.
Photo . (Boris Roessler / DPA / AFP) |
Encontrado porta-aviões “Uss Wasp” afundado na Segunda Guerra Mundial
No entanto, depois de mais averiguações, com a ajuda de
drones, descobriu-se evidências que apontaram para uma bomba de 250 quilos
lançada décadas atrás, que permaneceu enterrada e intocada até que seu
mecanismo de detonação foi erodido com o tempo.
Entre 1940 e 1945, bombardeiros aliados lançaram 2,7 milhões
de toneladas de bombas na Europa. Cerca de metade dessas bombas caiu sobre
alvos alemães, destruindo infraestruturas de guerra nazis e matando mais de
400.000 civis alemães.
Mas cerca de 10% das bombas lançadas sobre a Alemanha não
explodiram, de acordo com a Smithsonian Magazine, deixando armadilhas mortais
no solo que frequentemente são encontradas.
As autoridades da cidade de Limburg afirmaram que a bomba
provavelmente tinha um detonador químico que não atuou quando a bomba foi
lançada.
Nem todas as bombas explodem no impacto. Às vezes,
componentes químicos eram usados para retardar as explosões para que se pudesse
enterrar no solo para criar uma cratera maior e causar mais danos.
Photo . (Armando Babani / EPA-EFE / Shutterstock) |
Franceses 'pescam' bomba da 2ª Guerra Mundial em risco de explodir
Os componentes dependiam de uma orientação norte-sul quando
a bomba caía do sítio planeado. Tinham uma barbatana movida a ar que girava
quando a bomba descia, e perfurava com uma haste de metal uma placa de vidro,
liberando acetona corrosiva que dissolve os discos de celuloide, de acordo com
a Smithsonian Magazine.
Eram usadas diferentes espessuras de discos, e quanto mais
espesso o disco, mais demorava o processo. Quando dissolvidos pela acetona, acionava
uma mola que fazia atuar um pino de disparo no detonador.
Mas muitas vezes as bombas não pousavam corretamente, ficando
de lado ou invertidas. Nesses casos, a reação diminui e a acetona não cai nos
discos, atrasando a explosão por anos ou décadas, à medida que os componentes
se decompõem perigosamente.
Photo Pixabay |
Submarino alemão da Primeira Guerra Mundial descoberto na costa francesa
O depósito ferroviário de Limburg e as estações de rádio
eram um dos principais alvos dos bombardeiros aliados perto do fim da guerra.
As estradas de Ahlbach eram usadas pelos soldados alemães quando batiam em
retirada, relatou Hessenschau.
As bombas não detonadas deram muito e perigoso trabalho,
muitas vezes mortal para os técnicos de bombas alemães. Na segunda-feira, duas
bombas da época da Segunda Guerra Mundial foram descobertas fora de Frankfurt,
levando a uma evacuação de 2.500 pessoas.
Um trabalhador da construção civil morreu em Euskirchen em 2012 depois de ter tocado numa bomba
quando cavava.
Mas a Alemanha não é a única nação que se debate com este
problema.
No Laos, o país mais fortemente bombardeado da história, os
Estados Unidos lançaram 2 milhões de toneladas de material nuclear em nove
anos, terminando em 1973, o equivalente a uma carga útil completa a cada oito
minutos durante 24 horas por dia.
No Vietnam, um grupo de organizações sem fins lucrativos, onde
se inclui o governo vietnamita e grupos norte-americanos, concentra-se na
remoção de bombas de fragmentação e outras bombas que mataram 40 mil pessoas.
Uma autoridade vietnamita disse que levaria 300 anos
para remover todas as bombas