sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Amazónia destruída pelo homem e pelo fogo


Estas imagens mostram uma família indígena olhando para as ruínas de sua aldeia natal na floresta amazónica. Rodeados por solo seco e madeira caída, sua terra natal foi totalmente destruída pela rápida desflorestação. Durante o dia, o sol forte é obscurecido por fumo intenso e cinzento causada por incêndios deliberadamente acendidos que estão fora de controlo em todo o Brasil.


Photo Reuters


O cheiro é a queimado, causado pela queima de imensas áreas da maior floresta tropical do mundo. Raimundo Mura, líder indígena da tribo Mura, que vive numa reserva perto de Humaitá, no Estado do Amazonas, disse: “Pela floresta, continuarei a lutar até a minha última gota de sangue. Todas as árvores tinham vida, todas precisavam viver, cada uma em seu lugar. Para nós isso é destruição. O que está sendo feito aqui é uma atrocidade contra nós”.


Photo Reuters

 A floresta tropical é o lar de cerca de um milhão de indígenas e três milhões de espécies de plantas e animais. Mas está sendo dizimado a velocidade e numero recorde. Queimadas ou limpas para agricultura e mineração. Os cientistas registaram mais de 74.000 incêndios no Brasil este ano, um aumento de 84% em comparação com o mesmo período do ano passado. Esses incêndios podem ser vistos do espaço e mergulharam a cidade de São Paulo na escuridão por causa do fumo espesso. No total, as chamas criaram uma camada de fumo estimada em 1,2 milhão de milhas quadradas de largura que se estende pela América Latina até a costa do Atlântico.







Handech Wakana Mura, outro líder local dentro da floresta, disse: “Com o passar dos dias, vemos o avanço da destruição, desmatamento, invasão e extração de madeira. Estamos tristes porque a floresta cada dia morre mais. Sentimos que o clima está mudando e o mundo precisa da floresta. Precisamos da floresta e nossos filhos precisam da floresta." Os ambientalistas e académicos culparam o governo brasileiro, sob o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, por um forte aumento da desflorestaçao na Amazônia. Bolsonaro que assumiu o poder em Janeiro prometeu abrir a Amazônia à mineração e agricultura. Sua retórica teria incentivado os fazendeiros a queimarem grandes partes da floresta para produção de carne bovina e soja.





A poluição plástica esta contaminar todas as cadeias alimentares


Camila Veiga, da Associação Brasileira de ONGs, disse: "Os incêndios são consequência de uma política de devastação ambiental, de apoio ao agro-negócio, de aumento de pastagens". Os incêndios têm durado cerca de três semanas e perde-se uma área do tamanho de um campo de futebol por minuto. A preocupação global está crescendo, já que a floresta tropical é a chave para combater o aquecimento global por causa da maneira como absorve o dióxido de carbono e libera oxigénio. Em grande parte, Bolsonaro ignorou a questão e até mesmo tentou culpar as instituições de caridade ambientais, acusando-as de acender os incêndios. Parlamentares da oposição disseram que os infernos são um "crime contra a humanidade" e culpam suas políticas por alimentar as chamas.





O presidente da França, Emmanuel Macron, classificou os incêndios de uma crise internacional e disse que os líderes do G7 devem manter discussões urgentes sobre eles durante a cúpula na França neste fim-de-semana. Na sua página do Twitter Macron disse: “Nossa casa está queimando, literalmente. A floresta amazónica, os pulmões que produzem 20% do oxigénio do nosso planeta ardendo. Bolsonaro criticou Macron, afirmando que tinha sido alvo de uma campanha de difamação e a comunicação social usava os incêndios para minar seu governo. Seu chefe de gabinete, Onyx Lorenzoni, também acusou os países europeus de exagerar os problemas ambientais no Brasil a fim de prejudicar seus interesses comerciais.



Photo Reuters

As relações entre a Europa e o Brasil estão tensas, o que tem preocupado o poderoso setor agrícola. Na semana passada, a Noruega juntou-se à Alemanha para suspender US $ 60 milhões em subsídios à proteção da Amazônia, acusando o Brasil de não apoiar a luta contra o desmatamento. Líderes franceses e alemães também ameaçaram não ratificar um acordo comercial entre a União Europeia e países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) para pressionar o Brasil a cumprir suas promessas ambientais dentro do Acordo Climático de Paris. Em contraste, o Reino Unido está atualmente numa missão comercial no Brasil tentando estabelecer laços mais próximos após o Brexit. O país vizinho, a Bolívia, também está lutando com incêndios florestais, muitos dos quais acredita-se que foram ateados por agricultores que limpam a terra para o cultivo.



Fonte//Metro












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