A “vaquita”, o mais pequeno e o mais ameaçado cetáceo do
mundo, quase desapareceu. Na semana passada, os cientistas anunciaram que existem apenas
cerca de 10 destes botos, com suas melhores estimativas variando entre 6 e 22
indivíduos.
No mesmo dia em que pesquisadores do Comitê Internacional
para a Recuperação da Vaquita (CIRVA) compartilharam seus números com base em
um programa de monitoramento acústico realizado em 2018.
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Nicklin/Minden Pictures/WWF
Os mamíferos podem não evoluir o suficientemente rápido para escapar daatual crise de extinção
A ponta mais setentrional do golfo, único lugar que resta na Terra que as “vaquita” são patrulhadas intensivamente pelos conservacionistas da Sea Shepherd, organização de vida selvagem marinha. Este é uma pequena área, no meio de uma zona um pouco maior, onde as redes de emalhar usadas para pescar são proibidas por lei.
Apesar dessa lei, as equipes da Sea Shepherd encontraram uma
rede de emalhar escondida, junto com os restos de um animal branco não
identificado que tinha morrido devido a ter ficado preso numa rede ilegal.
Devido à decomposição, a carcaça não pôde ser imediatamente
identificada, mas uma análise especializada confirmou mais tarde que o corpo
correspondia ao de uma “vaquita”.
Isso significa que restam cerca de nove vaquitas. Talvez
apenas cinco, com base nas evidências científicas mais recentes.
Muito claramente, isto é que é uma emergência para evitar a
extinção.
"Uma das criaturas mais incríveis da Terra está prestes
a ser varrida do planeta para sempre, no entanto, o México só fez promessas
para proteger esses botos de redes mortais, mas nada de fiscalização.",
diz a advogada Sarah Uhlemann , diretora de programas internacionais do Centro
de Diversidade Biológica, com sede nos EUA.
Quando o México proibiu o uso de redes de emalhar em 2017,
os críticos disseram que sem fiscalização, nada garantia a proteção que as
“vaquitas”.
Essa responsabilidade recai sobre ativistas como os
voluntários da Sea Shepherd, que navegam pelo golfo à noite para procurar as
redes de emalhar mortais, tendo descoberto quase 400 somente no ano passado.
É uma missão perigosa, expondo os ambientalistas a ataques
dos pescadores ilegais que colocam as redes, trabalhando em nome de sindicatos
criminosos organizados que pescam ilegalmente as águas.
"Se pararmos as operações, a “vaquita” extinguir-se-á",
disse Jack Hutton, primeiro-ministro da Sea Shepherd, à Associated Press no
início do mês.
"Sabemos que continuaremos sendo atacados. Sabemos que
estamos arriscando nossas vidas, mas se não o fizermos, a “vaquita” não tem hipóteses."
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Mas o alvo dos pescadores não é a “vaquita”. O peixe que as
gangues procuram é o totoaba , uma espécie em extinção endêmica da região.
Os peixes Totoaba são altamente valorizados em países como a
China por supostas propriedades medicinais, um perigoso fetiche que explica por
que a população mundial de “vaquita” caiu pela metade em 2018.
Quando cientistas deram o alarme ainda havia, centenas, se
não milhares de “vaquitas”. Agora, os ativistas estão desesperados para salvar
os poucos sobreviventes, que não enfrentam nenhuma ameaça significativa além
dos homens e da sua ação criminosa
"Há apenas um pouquinho de esperança restante para a
vaquita", diz a consultora em vida marinha Kate O'Connell, do Animal
Welfare Institute.
"O México deve agir de forma decisiva para garantir que
toda a pesca com rede seja proibida em todo o Golfo Superior".
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Fonte//ScienceAlert
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